Alice in Wonderland de Lewis Carroll
Tiragem vermelho carmim,
1.000 exemplares numerados,
Alice no país das maravilhas
Edição em inglês
Grande formato (25 x 35 cm)
Alice no país das maravilhas, o manuscrito de Lewis Carroll
Down, down, down. Would the fall never come to an end? “I wonder how many miles I’ve fallen by this time?” said she aloud, “I must be getting somewhere near the centre of the earth.”
Caindo, caindo, caindo. Essa queda nunca teria fim? “Só queria saber quantos quilômetros já desci esse tempo todo!”, disse em voz alta. “Devo estar chegando perto do centro da terra.”
É redigindo o extraordinário manuscrito de Alice no país das maravilhas que Lewis Carroll, também conhecido por seu nome real de Charles Lutwidge Dodgson, professor de lógica na Christ Church College (Universidade de Oxford), diácono ordenado pela Igreja Anglicana, autor de manuais de álgebra sérios, para dizer o mínimo, finalmente dá asas à sua imaginação transbordante. Ao longo das páginas e de uma escrita minuciosa, quase moderada em relação às peripécias narradas, personagens coloridas se desenvolvem sob a pluma de Carroll: um camundongo falante e uma lagarta fumante, um lagarto limpador de chaminés e uma furiosa rainha de copas, um exército de cartas. E, sobretudo, uma garotinha que cresce e diminui de acordo com o que engole ou com os desejos que formula, e que acaba por não mais se surpreender ao jogar cróquete com flamingos rosas. O manuscrito de Alice no país das maravilhas, inicialmente intitulado Alice’s Adventures under Ground (Aventuras de Alice debaixo da Terra), é, ao mesmo tempo, a jornada iniciática de uma heroína extraordinária e de um escritor em busca de sua obra-prima.
Um romance inesquecível da literatura, criado por acaso
Em 4 de julho de 1862, no rio Isis – afluente do Tâmisa, a nordeste de Londres –, uma cena pacífica de navegação abriga a gênese de um dos romances mais fabulosos da história da literatura. Lewis Carroll, com apenas 30 anos, puxa fortemente os remos. A seu lado, um amigo professor, assim como três garotinhas contentes com o passeio e o piquenique previsto para esse dia ensolarado. Uma das três irmãs se chama Alice, a mesma que servirá de modelo ao conto que irá se tornar best-seller três anos mais tarde, em 1865.
Alice, Edith e Lorina são as filhas do reitor da Christ Church College, Henry Liddell, célebre helenista, amigo e superior de Lewis Carroll. Para entretê-los, Carroll começa a inventar uma história: a de uma criança vivaz e curiosa que, abandonando uma leitura entediante, passa a perseguir um coelho branco. Alice cai, então, numa toca sem fundo e chega num reino misterioso e inquietante, povoado por criaturas inéditas. Trata-se do under Ground, ou futuro país das maravilhas.
Um manuscrito ilustrado, oferecido à verdadeira Alice
Alice Liddell fica impactada pela história cuja heroína tem o seu nome. Ela e suas irmãs são transportadas pela inventividade de Lewis Carroll. Este último, membro de uma família de 11 filhos, criado por um pastor anglicano, surdo de uma orelha, gago, esconde, sob sua austeridade aparente, uma certa timidez, mas também, e sobretudo, uma criatividade fora do normal. Ele escreve para revistas literárias desde a sua adolescência, e preza pelas “palavras-valise” tanto quanto pelo nonsense (absurdo literário). Igualmente talentoso para a encenação, Carroll já havia escrito peças e feito construir um teatro de marionetes pelo carpinteiro do vilarejo onde morava com sua família.
Após ter escutado as aventuras de Alice, a pequena Liddell implora a seu amigo para escrevê-las e ilustrá-las. Num caderno, este se livra ao trabalho, ilustrando o conto com 38 desenhos sutilmente infantis. Sua grafia regular e elegante, escrita à pena, ecoando as peripécias da narração, é um apelo à evasão para todas as crianças. Os desenhos parecem ter sido realizados posteriormente – um lugar tinha sido feito para eles na arquitetura das páginas – quatro capítulos no total – por Lewis Carroll.
A primeira página do manuscrito é adornada por uma moldura florida e delicada que contém o título, enquanto a segunda traz a seguinte menção: “A Christmas Gift to a Dear Child in Memory of a Summer Day”. Carroll o oferece a Alice em novembro de 1964.
E um best-seller nas livrarias
O editor londrino Macmillan & Co o publica em 1865 com o título As aventuras de Alice no país das maravilhas, com mais dois capítulos, alguns personagens como o Gato de Cheshire e cenas como a do Tea Party – chá de desaniversário. Mesmo se os desenhos de Carroll são muito bonitos, Macmillan opta por confiar a ilustração a um outro artista. Lewis Carroll escolherá Sir John Tenniel, que se inspira visivelmente dos esboços do autor. O sucesso junto ao público é imediato. A tal ponto que Lewis Carroll fará uma sequência às aventuras de Alice com Through the Looking-Glass, and What Alice Found There (Através do espelho e o que Alice encontrou lá), em 1872. Ele publicará igualmente The Hunting of the Snark (A caça ao Snark) em 1876.
Mais de 50 anos depois, a obra é ainda hoje aclamada pelo público, tanto o jovem quanto o menos jovem. A história inspirou centenas de adaptações, no cinema, no teatro, em quadrinhos, na televisão. Em 1998, um exemplar da primeira edição foi vendido pela soma recorde de 1,5 milhões de dólares. No mercado da bibliofilia, não se encontrariam mais do que cerca de 20 exemplares dessa primeira edição de 1865.
Um documento conservado na British Library (Londres)
Em razão de dificuldades financeiras, a Alice adulta foi obrigada a vender seu precioso manuscrito na Sotheby’s. Um colecionador norte-americano o adquiriu pela soma de 15.400 £. Foi apenas em 1948 que um grupo de benfeitores, desejando agradecer à Inglaterra por seu papel durante a Segunda Guerra mundial, ofereceu à British Library esse documento único.
Amélie Nothomb apresenta o livro:
Editado em grande formato
Foram impressos 1.000 exemplares desta edição em vermelho carmim.
Cada caixa é feita à mão.